domingo, 17 de março de 2013

CCS 2013 - De Marujá à Ariri

Saímos às dez horas de Marujá rumo a Ariri, onde iriamos almoçar. Na saída fomos brindados com um toró, chuva de verão, que logo passou. Logo saímos do Canal de Ararapira, que leva à Barra do Ararapira, e entramos no canal que leva ao vilarejo de Ariri. É um canal mais estreito, porém ainda não é o Canal do Varadouro. Este canal faz a divisa entre os estados de São Paulo e Paraná. No início do canal, a bombordo (esquerda do barco) avista-se a Vila São José do Ararapira, já no estado do Paraná.

Flotilha sob chuva, logo na saída de Marujá.
Flotilha entrando no canal que dá acesso ao vilarejo de Ariri.
Mapa do trecho entre Marujá e Ariri
(fonte: editado a partir de foto do Google Earth).

São José do Ararapira - O vilarejo fantasma

O vilarejo de São José do Ararapira pertence ao município de Baraqueçaba, Estado do Paraná, e foi fundado em 1850. No passado, ficava localizado em um ponto estratégico: no meio do caminho entre Iguape e Paranaguá, sendo passagem obrigatória a todos os viajantes ente São Paulo e Curitiba. A vila chegou a ser habitada por cerca de 500 famílias. No apogeu do vilarejo, nas décadas de 40 e 50, seu comércio oferecia até tecido inglês.
Vista, a partir do veleiro Amar Sem Fim, do vilarejo de São José do Ararapira.

O vilarejo começou a entrar em decadência após a construção das estradas que absorveram o tráfego entre São Paulo e Curitiba e com a construção do Canal do Varadouro, em 1953, que absorveu o restante da rota entre Cananéia e Paranaguá. Além disso, a construção do canal artificial do varadouro, criou artificialmente a Ilha do Superagui, isolando a comunidade do continente. 
Algumas edificações também foram sendo destruídas devido ao regime de marés, que erodia aos poucos parte da vila.
Em 1989 a área foi transformada em parque nacional e dez anos depois declarada Patrimônio Natural da Humanidade. Porém, o fim do transporte de carga e de passageiros na região, a erosão pelas águas de parte da vila, o rigor das leis de preservação e a inexistência de projetos turísticos restringiram as possibilidades de sobrevivência no local.
Hoje é uma cidade fantasma, sem nenhum habitante. Possui ainda Igrejas e casas que poderiam ser restauradas e utilizadas em um projeto turístico mostrando um exemplo de uma vila brasileira.
(fonte: Revista Época, nov/2000 e Wikipedia)

Rumo a Ariri

Estávamos no canal, rumo a Ariri, divisa dos estados de São Paulo e Paraná, à boreste (direita da embarcação) o continente, à bombordo, a Ilha do Superagui. O canal, já mais estreito requer maiores cuidados na navegação. Por este motivo diminuímos um pouco a velocidade para compactar a flotilha.


Vista da flotilha pelo canal rumo ao vilarejo de Ariri.
Vista da flotilha pelo canal rumo ao vilarejo de Ariri.

Quase chegando ao vilarejo do Ariri passou por nós um barco escola que transporta os estudantes da região até a escola no Ariri. Logo em seguida avistamos um bando de garças, comuns na região.

Barco escolar fazendo o transporte dos estudantes.
Bando de garças.

Ao longe já era possível avistar o vilarejo do Ariri. Ancoramos quase em frente ao Restaurante da Dona Maria. O canal ficou pequeno para tanto veleiro.
Foram três milhas e meia percorridas em pouco mais de uma hora. O track do percurso percorrido pelo veleiro Amar Sem Fim de Cananéia a Marujá, no formato KMZ (pode ser visualizado no Google Earth), está disponível aqui.

Vista ao fundo do vilarejo de Ariri.
Flotilha na chegada ao vilarejo do Ariri.
Flotilha na chegada ao vilarejo de Ariri.
Veleiros da flotilha ancorados no canal em frente ao vilarejo do Ariri.
Helena e Ricardo do veleiro Amar Sem Fim.
Restaurante da Dona Maria, no Ariri.
Helena, Jânio, João e Volnys, no bote, saindo do veleiro Amar Sem Fim.

Ariri é um bairro de Cananéia e possui acesso por terra: uma estrada de 50 Km de terra a partir de Cananéia. Outra alternativa é vir navegando, mas não existe transporte diário regular.
Chegando ao Restaurante da Dona Maria, pedi um prato feito de peixe e uma dúzia de ostras cruas, que são cultivadas na região. Por isso, é muito mais barato que em qualquer outro local.

Tripulação da flotilha no Restaurante da Dona Maria.
Vilarejo do Ariri.
Veleiros ancorados no canal, vistos a partir do pier do Restaurante da Dona Maria.

Tínhamos horário, por esse motivo, saímos às 13h30 em direção à Ilha das Peças, o trecho em canal mais longo e difícil, já que percorreríamos o Canal do Varadouro. No ponto mais raso do Canal do Varadouro chegaríamos na maré mais cheia.

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