sábado, 30 de março de 2013

Crucero de La Amistad - Saída de Floripa para Rio Grande

Hoje, sábado de Páscoa, às 9h00, saímos do Jurerê, Floripa, rumo ao Rio Grande (RS), junto com o Crucero de la Amistad. Estou novamente a bordo do veleiro AmarSemFim, convidado pelo Comandante Ricardo. São 368 milhas náuticas com estimativa de percorre-las em 70 horas.
Na saída, o tempo estava chuvoso e com pouco vento. Agora, duas da tarde, estamos no través da Ponta da Lagoinha e parou de chover.

segunda-feira, 25 de março de 2013

CCS 2013 - São Francisco do Sul

Chegamos a São Francisco do Sul dia 12 de março (terça) no meio da tarde. Ancoramos em frente ao Iate Clube de São Francisco do Sul, no centro histórico. Já de longe, parecia ser uma cidade tranquila. Em terra mostrou também ser uma cidade bonita e aconchegante, com uma história muito rica.

Igreja Matriz Nossa Senhora da Graça.
  Vista do centro histórico no final da tarde.
  Vista do centro histórico a noite.
Vista do centro histórico a noite.

História de São Francisco do Sul

A história de São Francisco do Sul inicia em 1504, quando o navegador francês Binot Palmier de Gonneville aportou na região, marcando o início da primeira povoação catarinense e a terceira mais antiga do país.
O veleiro L`Espoir, comandado por Binot de Gonneville, lançou âncoras nas águas tranqüilas da Baía da Babitonga, em 5 de janeiro de 1504. Tinha partido do porto de Honfleur, na França, levado pela mesma saga que trouxe inúmeros outros aventureiros para este lado do Atlântico, a busca das riquezas das Índias. Com os mastros e o casco avariados por fortes tempestades, busca abrigo para efetuar os reparos necessários. (...) - Veja o restante da história no página da cidade de São Francisco do Sul.

Centro histórico

O centro histórico de São Francisco do Sul possui cerca de 400 edificações tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), sendo um dos maiores conjuntos arquitetônicos tombados no Brasil. Para quem chega do mar, como nós, destaca-se a vista do pier com as as torres da Igreja Matriz Nossa Senhora da Graça ao fundo e porto à esquerda.

Vista do centro histórico de São Francisco do Sul.
 Ruas do centro histórico.

O dia a dia em São Francisco do Sul

Após a chegada fomos fazer compras de supermercado, pois já estávamos alguns dias sem reposição de viveres. Pelo visto, iríamos ficar um bom tempo na região pois iria chegar uma frente fria. O Ricardo comprou um queijo meia cura colonial delicioso no açougue do mercado ao lado do pier.
Na quarta feira organizamos um churrasco no Iate Clube. 
 Churrasco no Iate Clube de São Francisco do Sul.
  Tripulantes do veleiro Conero e Bapaluhê.
  Almirantas reunidas no churrasco.
  Vista do centro histórico no final da tarde.

Na quinta feira fomos visitar o Museu do Nacional do Mar, um local imperdível aos velejadores que visitam São Francisco do Sul. O museu procura mostrar, principalmente, as embarcações típicas de cada região do Brasil. 
Ainda esperávamos uma janela de tempo com condições favoráveis para nossa próxima etapa: Itajaí. Fomos avisados pela comodoria a programação para o dia seguinte, um tour pela cidade. 
Nesse dia, o Philippe e o Carlos concederam uma entrevista sobre o CCS que pode ser visto no link http://www.saofranciscodosul.ciasc.gov.br/2013/03/cruzeiro-costa-sul-e-cruzeiro-da-amizade-ancorados-em-sao-francisco-do-sul/.

 
 Volnys na padaria, com vista para o pier.
   
 Vista dos veleiros a partir do Iate Clube de São Francisco do Sul.
   Museu Nacional do Mar: as tradicionais canoas feitas de tronco.
 Museu Nacional do Mar: salão de nautimodelismo.
 Museu Nacional do Mar: um bom café após a visitação.
Na sexta feira fizemos o city tour por São Francisco. Pegamos o ônibus próximo à Igreja Matriz. A primeira parada foi o Museu Histórico. Em seguida fomos em direção aos bairros próximos às praias. Almoçamos e fomos visitar a praia do forte. Lá, em baixo de uma árvore, foi feita a reunião dos comandantes, onde foi avisado que nos próximos dias as condições não seriam favoráveis para continuar a descida. Ou seja, ficaríamos mais alguns dias na região. Neste momento começou a chover mais forte, que nos obrigou a retornar ao ônibus.
 Tour de ônibus por São Francisco do Sul. 
  Reunião dos comandantes na Praia do Forte.
Vista da Praia Grande em São Francisco do Sul.
 Edgar e Ariel do Minerin junto com Ricardo visitando o Amar Sem Fim.
  Vista do veleiro Amar Sem Fim na Baia da Babitonga.
Príncipe de Joinville III no Pier de São Francisco do Sul.

No sábado, fomos avisados que iríamos, no início da tarde, para Joinville.

quarta-feira, 20 de março de 2013

CCS 2013 - Da Ilha das Peças (PR) a São Francisco do Sul (SC)

O combinado foi que os veleiros ficassem de prontidão para levantar âncora a partir das cinco da manhã, aguardando luz suficiente para prosseguir pela Baia das Laranjeiras. Era necessário sair o mais cedo possível para sair pela Barra de Paranaguá ainda com a maré vazante. Além disso, havia previsão de ventos desfavoráveis ao final da tarde.
Levantamos âncora as cinco e meia. A formação da flotilha era a mesma, veleiro Amar Sem Fim na frente, levando o guia Jânio. Procurávamos pela boia de sinalização, não sabíamos se tinha sido levada ou estava apagada. Após alguns minutos de navegação encontramos a boia. Ela é uma importante referência para a identificação do local do canal na navegação pela Baia das Laranjeiras, devido à sua largura e à existência de grandes bancos de areia.
 Flotilha passando próximo à boia de sinalização que estava apagada.

Chegamos à foz do Rio das Peças onde estavam aguardando os veleiros Minerin, Mohabon e Fragata la Argentina. Lá também deixamos o guia Jânio. Seguimos em flotilha em direção ao Canal da Galheta (saída da Baía de Paranaguá).
 Veleiro Minerin, que nos esperava junto à foz do Rio das Peças.
 Veleiro Mohabon, que nos esperava junto à foz do Rio das Peças.
 Flotilha navegando na Baia das Laranjeiras.

A navegação pelo Canal das Galhetas em direção ao mar aberto foi tranquila. A área é bem sinalizada e conseguimos sair com a maré vazante. O mar estava com pouca ondulação, mas faltava um pouco de vento. Levantamos a mestra e a mezena, para evitar um eventual balanço da ondulação. Quando o vento melhorou, levantamos a genoa. 
 Flotilha navegando em mar aberto, na região de Paranaguá, rumo à São Francisco do Sul.
 Veleiro Amar Sem Fim rumo à São Francisco do Sul.
Veleiros da flotilha velejando rumo à São Francisco do Sul.
 Maria na proa do Amar Sem Fim, nas proximidades do Porto de São Francisco do Sul.

Chegamos na Baia da Babitonga, onde está São Francisco do Sul, no meio da tarde. Logo na entrada se avista o porto. Após o porto está localizado o centro histórico, nosso destino. De longe era possível avistar as torres da igreja junto ao restante das edificações históricas.
Ancoramos em frente ao Iate Clube de São Francisco do Sul, no centro histórico. São Francisco do Sul fica no Estado de Santa Catarina, entre a  Baia da Babitonga e o mar. 

 Vista do centro histórico de São Francisco do Sul.
Baia da Babitonga.

Track do percurso

Foram sessenta e cinco milhas náuticas percorridas pelo veleiro Amar Sem Fim da Ilha das Peças à São Francisco do Sul em aproximadamente dez horas de navegação. Veja aqui o track do percurso percorrido  no formato KMZ (pode ser visualizado no Google Earth; dependendo da visualização, pode ser necessário acrescentar 3 horas ao horário).


domingo, 17 de março de 2013

CCS 2013 - De Ariri à Ilha das Peças

Saímos do vilarejo do Ariri rumo à Ilha das Peças às 13h30. Este era o trecho mais complicado e longo do percurso pelos canais.
Essa região é preservada e isolada, cujo acesso somente pode ser realizado por embarcação. Desconhecida por muitos, esta região possui um incrível potencial para turismo náutico .

Comandante Ricardo do veleiro Amar Sem Fim, após levantar âncora.
Veleiro Bepaluhê ancorado no Ariri.
Flotilha levantando âncora e partindo do Ariri.
Flotilha entre os canais, rumo ao Canal do Varadouro.
Vista do canal a partir do veleiro Amar Sem Fim.
Vista da flotilha entre as margens do canal.
Vista da flotilha a partir do veleiro Amar Sem Fim.
Vista da flotilha entre as margens do canal.

Canal do Varadouro

O Canal do Varadouro foi construído pelo homem para ligar a região de Cananéia a Paranaguá. Antes da existência do canal, era necessário atravessar um pequeno trecho de mar aberto, passando pelas Barra do Ararapira e pela Barra do Superagui. Estas barras eram sujeitas a arrebentação com vento fresco, além de serem rasas e possuírem bancos de areia, tornando a navegação perigosa e sujeita a espera por tempo bom.
O Canal do Varadouro mede 6 Km de extensão e possui 50 metros de largura, sendo construído a partir do leito de uma antiga trilha caiçara. Foi inaugurado em 1952. Na época media seis metros de profundidade. Porém, com o passar do tempo, foi assoreando. Hoje, no ponto mais crítico possui cerca de dois metros na maré alta.
Vista da flotilha no Canal do Varadouro.
Canal do Varadouro.

O ponto mais crítico da navegação no Canal do Varadouro possui cerca de 500 metros, onde existe um pequeno rio que joga sedimentos no leito do canal. Contribui também para o assoreamento os sedimentos oriundos da erosão das margens do canal.
Neste ponto, após a passagem do Amar Sem Fim, o guia, Jânio, desceu do bote e orientou a passagem do restante das embarcações. 

Ao fundo, a flotilha passando pelo ponto crítico, sendo guiada pelo Jânio no bote.
Jânio retornando ao veleiro Amar Sem Fim após a passagem pelo ponto crítico.
Veleiro Amar Sem Fim navegando pelo Canal do Varadouro.
Guia Jânio, a bordo do veleiro Amar Sem Fim navegando no Canal do Varadouro.

Baia dos Pinheiros

O Canal do Varadouro termina na Baia dos Pinheiros. Porém, o problema de calado continua. A Baia dos Pinheiros possui imensos bancos de areia e o canal não é sinalizado. No passado, existiam boias de sinalização que, sem manutenção, foram sumindo uma a uma. É um grande perigo à navegação.

Amar Sem Fim na Baía dos Pinheiros.
Flotilha na Baia dos Pinheiros.
João, Maria e Jânio, a bordo do Veleiro Amar Sem Fim.

Durante a passagem pela Baia dos Pinheiros vimos os belíssimos guarás vermelhos, além dos casais de papagaios, que sempre voam juntos.

Flotilha navegando na Baia dos Pinheiros.

Eram por volta das seis horas da tarde, estávamos atrasados, nossa média de velocidade pelo canal do varadouro foi abaixo dos três nós, mas não era possível aumentar muito a velocidade, devido aos cuidados à navegação.
Flotilha navegando pela na Baia dos Pilheiros.
 Auxílio à navegação por instrumentos: sonar, ploter GPS e Radar.
Flotilha navegando pela na Baia dos Pilheiros.

Encalhe dos veleiros Amar Sem Fim e Deslize

Durante a navegação pela Baia dos Pinheiros, já no final da tarde, o veleiro Amar Sem Fim, navegando pela margem de boreste, encalhou. Apesar de estar com o guia a bordo, não foi possível evitar o encalhe. Também, não foi possível avisar a tempo o veleiro Deslize, que vinha logo atrás, que também encalhou. 
A estratégia de desencalhe do Amar Sem Fim foi jogar a âncora com o bote no centro do canal, na diagonal, e puxar com guincho e com motor, simultaneamente, a fim de virar o veleiro em direção ao meio do canal, que era mais fundo.
Vídeo do momento do encalhe dos veleiros.

Boia apagada

Já era por volta das sete e meia da noite. Contornávamos a Ilha das Peças com destino à boca do Rio das Peças, onde iriamos ancorar.
Lá estavam os veleiros Minerim, Mohabon e Fragata la Argentina que, pelo seu calado, não puderam ir pelos canais, foram pelo mar aberto.
Porém, devido a uma das boias de sinalização na chegada à Baia das Laranjeiras estar apagada, não foi possível continuar. Já estava muito escuro e, por segurança, resolvemos ancorar no caminho.


Potencial turístico e os perigos da navegação

Para os veleiros de pouco calado é possível navegar pelos canais, apesar da baixa profundidade e da grande quantidade de bancos de areia. Porém, a ausência de sinalização torna a navegação perigosa, não somente aos veleiros, mas para qualquer embarcação, sendo um grave problema, já que, nessa região, a navegação é o única alternativa de locomoção.
A região possui um imenso potencial turístico, mas depende de condições mínimas para seu desenvolvimento sustentável.

Track

Foram vinte e duas milhas percorridas em seis horas e meia de navegação. Veja aqui o  track do percurso percorrido pelo veleiro Amar Sem Fim do Ariri à Ilha das Peças, no formato KMZ (pode ser visualizado no Google Earth; dependendo da visualização, pode ser necessário acrescentar 3 horas ao horário).