quinta-feira, 13 de março de 2014

Ilha do Mel

31/12/2013 (véspera de ano novo). Como combinado, saímos da Vila das Peças por volta das 9 da manhã rumo à Ilha do Mel em um percurso de aproximadamente 10 Milhas Náuticas e sem muitas restrições de calado. Iríamos passar o reveillon na Ilha do Mel. Seguia o veleiro Talhamar. Carlos iria me apresentar o local que costumava ancorar na Ilha do Mel.

O dia era de sol e fazia muito calor. Há muitos dias não chovia. A massa de ar quente ainda permanecia sobre o sudeste do Brasil.

Na passagem pela face norte da Ilha do Mel avistamos alguns ciclistas percorrendo a Praia do Cassual. É uma ótima forma de conhece-la.

(* Não utilizar para navegação.Use somente para visualização do percurso. ** O sistema GPS possui erros de dezenas de metros)

Partida da Vila das Peças.
Ciclistas percorrendo a Praia do Cassual da Ilha das Peças.

Ficaríamos ancorados próximo à Vila das Encantadas, a principal vila da ilha. Lá, na Praia das Encantadas está localizado o principal pier de acesso à Ilha do Mel.

Navegamos inicialmente de motor e genoa, com o Jazz 4 fazendo uma média de 4 nós e o Talhamar, de deslocamento mais rápido, estimo que navegava a 5 nós. Havia certa correnteza contra.

Próximo à Praia das Encantadas, avistamos o Talhamar ancorado na direção da Praia do Bananal. Existia também outro veleiro e uma lancha ancorada. O local é muito raso e a aproximação precisou ser realizada com cuidado. Não é possível se aproximar da Praia do Bananal, pois existe um grande baixio. Também não é possível avançar muito adentro ao Saco do Limoeiro, pelo mesmo motivo (dizem que existe um canal no Saco do Limoeiro onde é possível chegar com veleiro até à Praia de Brasília, mais próximo para visitação do Farol das Conchas). O local onde ficamos é bem abrigado de leste e sudeste. De sul nem tanto, quanto mais para dentro do Saco do Limoeiro, mais abrigado do vento de sul.

A ancoragem na Praia das Encantadas também é possível, porém não é recomendado para pernoite pois não é abrigado de sul.

O inconveniente do local da ancoragem é a distância de cerca de 1 Km da Praia das Encantadas, donde se faz acesso à vila, sendo indispensável um motor de popa.

Vista ao longe da região da Vila das Encantadas, na ponta sul da Ilha do Mel.
Vista ao longe da Praia das Encantadas.
Vista ao longe da Praia do Bananal.
Praia do Bananal e o veleiro Talhamar ancorado.
Mapa da Ilha do Mel
Mapa da Ilha do Mel.

Ancoramos e fomos com o bote até a Praia das Encantadas para conhecer a Ilha. Atravessamos a vila em direção à Praia da Bóia, voltada ao mar aberto. A ondulação estava baixa, mas mesmo assim pegamos bons jacarés (pegar onda somente com o corpo). Além disso, a água estava fresca sendo uma boa opção para fugir do calor intenso. Depois fomos visitar Gruta das Encantadas.
Acesso à Praia da Bóia.
Nicolas na Praia da Bóia.
Acesso à Gruta das Encantadas.
Gruta das Encantadas.
Gruta das Encantadas.
Acesso à Vila das Encantadas.

Na volta, tomamos sorvete na vila e compramos mais água pois o consumo estava além do previsto devido ao forte calor. 

Já no veleiro, enquanto a Regina fazia o almoço, fomos limpar o fundo do casco. A região é muito rica em micro-organismos, sendo necessária limpeza constante do fundo. Jogamos os cabos à volta do veleiro para apoio durante e depois cada mergulho. Porém, a correnteza estava aumentando a cada vez mais, dificultando nosso trabalho. Já tínhamos limpado a metade quando interrompemos para o almoço. Neste momento, estimo que havia uma correnteza de aproximadamente 2 nós. Se desgarrássemos, não dava para voltar nadando.
A caminho do veleiro.
Jazz 4, Talhamar e outro veleiro ancorado.
Jazz 4 (ao centro), Talhamar (à esquerda) e outro veleiro ancorado.

Após o almoço fomos em direção à Praia do Bananal conhece-la e nos refrescar. Porém, o acesso é muito raso e o motor de popa, ainda bem longe da praia, tocou o fundo. Acabamos ficando ali mesmo, no baixio, batendo papo até o entardecer.
Nicolas no baixio da Praia do Bananal.
Batendo papo no baixio da Praia do Bananal.

Era noite de reveillon. Deste o final da tarde haviam nuvens carregadas passando ao largo. A noite continuou da mesma forma, víamos clarões de relâmpagos vindas de trás da Ilha do Mel. Onde estávamos o mar estava liso, sem chuva e vento fraco. 

Como combinado, por volta das 11 horas, eu e a Regina fomos ao veleiro Talhamar levando uma garrafa de vinho para brindar o novo ano. O mar ainda estava liso e sem vento. Os meninos ficaram no Jazz 4. Mas, logo em seguida, começou a aumentar muito o vento, a ondulação e a chuva. Tivemos que retornar ao Jazz 4 para monitorar a situação. O vento estava muito forte. 

Desde a nossa chegada em Cananéia, há oito dias atrás, não tivemos um único pingo de chuva. Foi chover junto na hora do reveillon !

Meia noite a situação permanecia a mesma. Víamos sobre o morro os clarões dos fogos lançados da Praia das Encantadas, já que não tínhamos vista direta da praia. Somente era possível ver os rojões mais altos. Além disso, víamos também os fogos lançados do continente, que suponho que fosse do Pontal do Paraná e os fogos da Praia de Brasília, ao fundo do Saco do Limoeiro.

Ficamos nos petiscos, no vinho e na vigia até 1 da manhã, quando o vento diminuiu e fomos dormir. Afinal, no dia seguinte teriamos um longo percurso até Antonina.

domingo, 9 de março de 2014

Vila das Peças

Dia 30/12/2013. Depois do almoço saímos de Guaraqueçaba rumo à Vila das Peças em um percurso de 10 Milhas Náuticas sem muitas restrições de calado exceto próximo ao local de ancoragem: o canal após a foz do Rio das Peças.  Deve-se escapar do grande banco de areia submerso, navegando pelo canal bem próximo à praia. Um bom local de ancoragem é após o Pier. O local é abrigado, de sul, sudeste e leste, os ventos predominantes na região.

(* Não utilizar para navegação.Use somente para visualização do percurso. ** O sistema GPS possui erros de dezenas de metros)

A Vila das Peças fica localizada a Ilha das Peças, uma das grandes ilhas entre o litoral sul de São Paulo e litoral norte do Paraná  (que inclui a Ilha Comprida, Ilha de Cananéia, Ilha do Cardoso, Ilha do Superaguí, Ilha das Peças e Ilha do Mel). A Vila das Peças possui pouca infraestrutura turística. Conta somente com alguns restaurantes, pousadas e campings. A partir da Vila das Peças forma-se uma praia com 7 km de extensão até a Barra do Superagui. Não conheci o restante da praia, da próxima fez virei com com bicicletas (e um veleiro maior para carrega-las ...), um ótimo meio para conhecer as praias da região. Conheci somente o trecho próximo à Vila das Peças. Deslumbrante durante o por do sol.

Chegamos pouco depois das 16h30. Durante a entrada no canal avistamos alguns golfinhos, como de costume naquela região.  Ancoramos próximo ao veleiro Talhamar, do nosso colega Carlos Alberto Borzone, do Iate Clube de Paranaguá, com quem fizemos contato já na chegada. 

Após a ancoragem, levei Jânio de bote até o pier pois em 5 minutos, às 17h00, sairia a última embarcação, que iria até Paranaguá. Jânio retornaria para Cananéia, um percurso curto através dos canais, mais muito longo por terra. Era necessário pegar vários ônibus: de Paranaguá a Curitiba, de Curitiba a Registro e de Registro a Cananéia.

No retorno ao veleiro fiquei sem gasolina do motor de popa e tive que empurra-lo pela praia de forma a remar em uma diagonal devido à forte correnteza que existia.

Vista ao longe da Vila das Peças.
Golfinhos sempre presentes nas proximidades da Vila das Peças.
Turbulência das águas entre o canal da foz do Rio das Peças e a Baia das Laranjeiras.
Embarcações de pesca ancoradas no canal após a foz do Rio das Peças.
Embarcações ancoradas no canal após a foz do Rio das Peças.
Veleiro Talhamar no nosso amigo Carlos.

Depois de levar Jânio ao pier, descemos e fomos caminhar na praia, junto com Carlos e sua esposa. Aproveitamos para tomar uma caipirinha em um dos restaurantes da praia e apreciar o lindo por do sol.  Os meninos ficaram brincando na praia.

Pernoitamos na Vila das Peças e combinamos de sair no dia seguinte por volta as 9 da manhã rumo à Ilha do Mel.

Vista da praia próxima à foz do Rio das Peças.
Ruas de terra da Vila das Peças.
Carlos, sua esposa e Regina.
Lindo por do sol na Vila das Peças.
Lindo por do sol na Vila das Peças.