segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Lagamar Parte 1 - Cananéia, Ariri e Vila Fátima

Depois de participar do Cruzeiro da Costa Sul, fiquei motivado a conhecer melhor a região do Lagamar, denominação dada à região lagunar entre Iguape (SP) e Paranaguá (PR). 
Como o Jazz 4 estava em obras de pintura interna, resolvi alugar uma lancha para conhecer algumas localidades: Vila Fátima (Ilha do Superagui), vilarejo de Barbados (Ilha do Superagui), vilarejo de Bertioga (Ilha das Peças) e a cidade de Guaraqueçaba.
Foi no primeiro final de semana de agosto. O tempo não estava muito bom: nublado e levemente frio. Quem me guiou pela região foi Jânio Preto, um guia local.

Cananéia - Ariri

Saímos por volta das 10 da manhã do Centro Náutico de Cananéia em direção à primeira parada: o vilarejo do Ariri.

  Centro Náutico de Cananéia.
 Trecho entre Cananéia e Ariri.

O vento estava cortante com o deslocamento da lancha. Depois de uma hora chegamos no vilarejo do Ariri (distrito de Cananéia). Aproveitamos para saborear uma porção de ostras no Restaurante da Dona Maria e seguimos viagem.

 Volnys Kenzo e Jânio Preto, nosso guia.
 Regina e Nicolas.
 Canoa típica da região.
 Canais e mangues deslumbrantes.
 Vilarejo do Ariri (Cananéia, SP).
 Volnys e Volnys Kenzo no Restaurante da Dona Maria (Ariri).

Ariri - Vila Fátima

Seguimos viagem passando pelo Canal do Varadouro, um canal artificial construído pelo homem e inaugurado em 1952 para permitir navegação na região lagunar entre Cananéia (SP) e Paranaguá (PR). A partir da criação do canal, a navegação entre Cananéia e Paranaguá pôde ser feita toda em águas abrigadas.
O Canal do Varadouro possui cerca 6 Km de comprimento, 50 metros de largura e, originalmente, com até 6 metros de profundidade. Hoje está assoreado. O canal delimita a divisa entre os estados de São Paulo e Paraná e sua construção deu origem à Ilha de Superagui.

Localização do Ariri, Canal do Varadouro e Vila Fátima.
Canal do Varadouro.
 Vila Fátima (Ilha do Superagui).

Após passar pelo Canal do Varadouro, chegamos à Vila Fátima, na Ilha do Superagui, já no município de Guaraqueçaba (PR). É uma pequena comunidade de pescadores onde paramos rapidamente para conhecer. Aqui o tempo parou, principalmente devido às restrições de ocupação de solo e de atividade econômica decorrentes de fazer parte uma unidade de conservação: APA de Guaraqueçaba e  Parque Nacional do Superagui. Nesta vila, a principal fonte de renda é a pesca artesanal e coleta de ostras. Aqui, nem energia elétrica existe. A área também é considerada Sítio do Patrimônio Natural (UNESCO,1999), Reserva da Biosfera (UNESCO, 1991) e Patrimônio Natural e Histórico do Paraná (Paraná, 1970).


O que muda o cenário são os aquecedores de água e centrais de energia solar instalados pela Copel (Compania Paranaense de Energia) para centenas de famílias da Ilha de Superagui, Ilha das Peças e comunicade Puruquara.

Canoa típica da região.

Foi uma parada rápida, de quinze minutos, só para conhecer o vilarejo. Seguimos em direção ao vilarejo de Bertioga, na Ilha das Peças.

domingo, 25 de agosto de 2013

Nicolas vence mais uma.

Nosso tripulante mirim, Nicolas, vence mais uma no optimist: ficou em primeiro lugar na categoria principiante e décimo na geral a Taça Humboldt organicada pelo YCSA e válida pelo ranking paulista. O campeonato contou com mais de cinquenta participantes, incluindo flotilhas de Ilhabela e São Sebastião.
Premiação da categoria Principiante do Optimist.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Nada é por acaso ...

Foi em março deste ano. Tinha planejado iniciar minha participação no Cruzeiro Costa Sul de 2013 somente a partir de Cananéia, devido a compromissos profissionais assumidos. Outra tripulação, os amigos Garcia e Renato, levariam o Jazz 4 de Santos a Cananéia, onde me juntaria à tripulação.

Quando o motor do Jazz 4 apresentou problema na saída de Santos (logo em Santos, no seu porto seguro), pensei que novamente não iria conhecer o trecho entre Santos e Florianópolis (quando eu comprei o Jazz 4 tinha a intenção de participar do CCS 2011, porém o extravio da documentação encaminhada à Natal - RN pela GolLog, que era para chegar em 3 horas e foi encontrada 15 dias depois, atrasou a chegada do veleiro).

Mesmo sem meu veleiro, mantive a programação, peguei um ônibus até Cananeia com a esperança de seguir como tripulante em algum veleiro. Era um tiro no escuro! Cheguei já era noite e chovia. Informei minha situação ao Comodoro da Flotilha, Philippe Gouffon, que ficou de entrar em contato com os participantes no dia seguinte, dia da partida em direção ao Canal do Varadouro. Marcos Bernauer, do Centro Náutico de Cananéia, me auxiliou a encontrar uma vaga em um hotel, já que a cidade estava lotada.

No dia seguinte,  logo cedo, por telefone, a notícia: o veleiro Amar Sem Fim, da Família Yoshima, precisava de um tripulante para acompanha-los até Florianópolis. A Família Yoshima já morava há três meses a bordo do veleiro e esta era a primeira grande navegação.

Percebi com eles quais são os dois os principais desafios em morar no veleiro e ser livre para velejar. Diferentemente do que todos pensam, a maior dificuldade é largar tudo, desapegar, mesmo quando se tem o suporte financeiro para se manter nessa condição. E quando se tem filhos em idade escolar, o desafio de educar-los com ensino a distância ou homeschool

Tive o grande prazer de conhecer, velejar e conviver com a família Yoshima, inicialmente entre Cananéia e Joinville e, depois, entre Florianópolis e Rio Grande. Eles continuaram até Buenos Aires, onde estão até hoje. 

A história da família Yoshima no veleiro Amar Sem Fim você encontra no relato "Mudando de Rumo" recém postado no blog da ABVC.

O relato da navegação entre Cananéia e Joinville e entre Florianópolis e Rio Grande você encontra nas páginas neste blog.

 Veleiro Amar Sem Fim durante a navegação pelo Canal do Varadouro.

Helena e Ricardo durante o CCS 2013.