terça-feira, 7 de agosto de 2012

Jazz 4 no CCL 2012 - Camamu

Chegada a Camamu

(28º dia do CCL, 03/08/2012, sexta)
Saímos às três horas da manhã de Ilhéus com destino a Camamu. Os veleiros maiores sairiam depois. A previsão era chegar no meio da tarde, na maré cheia. Nicolas acordou para ajudar na saída, depois voltou a dormir. Ele iria fazer o turno lá pelas sete da manhã. O vento era moderado, porém a ondulação estava alta e curta (cerca de 8 segundos), o que incomodava muito. Fomos a vela e motor.
Como estava aguentando sem sono e o Nicolas não havia acordado, resolvi esticar meu turno. Quando ele acordou, lá pelas nove, eu fui dormir um pouco. De repente, Nicolas me acorda perguntando se havia abastecido de diesel com os galões, pois ele notou que o motor começou a falhar. Diante da eminência de pane seca, desliguei imediatamente o motor para evitar a entrada de ar nas mangueiras. Era pouco depois das 9 horas da manhã e estávamos distante 2 Milhas da costa. Arribei um pouco em direção à costa para ir velejando. Depois de abastecido com diesel, o motor não pegou, havia entrado ar nas mangueiras. Já havia passado por situação semelhante e fiz o seguinte procedimento: soltei a mangueira de entrada de diesel, suguei até ser completada com diesel, recoloquei e bombeei um pouco. Depois de repetir o processo algumas vezes, o motor pegou novamente. Pela minha programação eu deveria reabastecer depois de acordar do meu turno. Porém, como retardei os turnos, minha programação falhou.
Velejávamos muito próximos dos outros veleiros. Seguimos a vela e motor. Depois do almoço pegamos um pirajá de 32 nos durante uns 5 minutos. Tivemos que recolher rapidamente a genoa.
Velejávamos bem próximos dos outros veleiros do CCL.
Veleiro Travessia em direção à Camamu.
 
Veleiro Ati Ati em direção à Camamu.

Veleiro Ati Ati: Fernando e Fran.

Veleiros Ati Ati e Travessia em direção à Camamu.

Veleiro atrás da ondulação, que incomodava.

Veleiro Bearship atrás da ondulação.
 
Já próximo à entrada da Baía de Camamu outros veleiros informaram que havia uma Baleia entre nós e o Bearship, que não avistei. Devo ter passado muito próximo a ela.
A navegação na entrada da Baía de Camamu deve ser feita com muito cuidado. Há muitas pedras no caminho, jogadas no passado para evitar a invasão de embarcações inimigas.
Chegamos às duas da tarde em uma área chamada de Campinho. Campinho é um pequeno vilarejo, formado principalmente por residentes locais e algumas poucas casas de veraneio de frente à Baía, com infraestrutura precária. A ancoragem deve ser feita com muito cuidado pois a corrente devido à maré pode chegar a mais de 2 nós. É algo impressionante! A Baía de Camamu é a terceira maior do Brasil, perdendo somente para a Baía de Todos os Santos e para a Baia da Guanabara.
Entrada da Baía de Camamu.

Veleiro Skua II.

Veleiro Skua II.

Veleiro Skua II.

Veleiros Bearship e Devaneio, lado a lado.

Veleiros Bearship e Devaneio, lado a lado.
 
Veleiros ancorados no "Campinho", na Baia de Camamu.

No início da noite recebemos a visita, no barco, do receptivo da comunidade, nos dando boas vindas e nos oferecendo uma bandeja com frutas, algumas produzidas da região: maçã, pera, mexerica, abacate, kiwi e rambutan. Rambutan é natural da Indonésia e seu interior é idêntico ao da lichia. Também nos informaram sobre a programação organizada para o CCL.
Jantamos no barco. Depois Nicolas foi ver filme Carros 2 no DVD. Estávamos cansados e fomos dormir cedo.
Acordei as 3 da madrugada com um barulho. O Jazz 4 havia encostado no Bearship. Percebi que o cabo da nossa âncora estava enroscado na quilha. O barco ficava alinhado perpendicularmente à direção da correnteza do rio, deslocando-se levemente de um lado para o outro, feito um pêndulo. Para desenroscar o cabo da quilha, liguei o motor e fui de um lado para outro em direção à âncora, esperando que o cabo afrouxasse e fosse para o fundo, desenroscando da quilha. Saiu fácil. Preferi sair e fundear em outro local.
Por do sol no "Campinho" na Baía de Camamu.
Bandeja com frutas oferecida pelo receptivo da comunidade.
Fruta rambutan ....
 Fruta rambutan, igual à lichia.

Cachoeira do Tremembé

(29º dia do CCL, 04/08/2012, sábado)
Logo de manhã havia a programação de um passeio para a Cachoeira do Tremembé. Fomos de lancha, pois o local é muito distante e o caminho possui trechos muito rasos e estreitos.
Volnys e Nicolas na lancha para a Cachoeira do Tremembé.
Vamos para a Cachoeira.
 Organizando o pessoal do CCL nas lanchas.
 Vamos para a cachoeira!
No caminho à cachoeira, logo na saída passamos pela Ilha do Goió, outro local de ancoragem de veleiros na Baía de Camamu. No meio do caminho avistamos a pequena cidade de Maraú, onde estava ancorado o veleiro catamarã Guruçá e o Trawler Agenores.
 
Mapa da Baia de Camamu e o canal até a Cachoeira do Tremembé.
Ilha do Goió
Nicolas na proa da lancha.
Canal rumo a cidade de Maraú.
Canal em em direção à Cachoeira do Tremembé.
Canal em em direção à Cachoeira do Tremembé.
Canal em em direção à Cachoeira do Tremembé.
 Cidade de Maraú.
 Veleiro catamarã Guruçá.
 Trawler Agenores.
Pescadores no canal em direção à Cachoeira do Tremembé.
Canal em em direção à Cachoeira do Tremembé.
Canal em em direção à Cachoeira do Tremembé.
Pescadores no canal em direção à Cachoeira do Tremembé.
Canal em em direção à Cachoeira do Tremembé.
Pescadores no canal em direção à Cachoeira do Tremembé.
Cachoeira do Tremembé
 Cachoeira do Tremembé.
Nicolas e Volnys na Cachoeira do Tremembé.
Chegamos na cachoeira do Tremembé na maré baixa, que impediu que as lanchas encostassem no píer de desembarque. O jeito foi pisar na lama do mangue. A cachoeira é muito bonita e de águas não muito frias. Tentei me aproximar da queda, mas a correnteza era forte. Porém, havia um ponto onde a correnteza era menor por onde nos aproximamos.
Vídeo: Passeio pela Baía de Camamu até a Cachoeira do Tremembé.
Depois do banho de cachoeira fomos almoçar no restaurante ao lado da cachoeira. O restaurante era simples. Comemos pitu e palmito de açaí cozido e temperado, plantado no local. Uma delícia!
Voltamos ao barco no final da tarde. Nosso gelo já tinha acabado, restava somente água gelada. Fiz o jantar com parte da carne e o restante levamos para o churrasco que ocorria no Travessia, pois iria estragar. O pessoal estava com pouca energia pois haviam trocado o filtro de diesel e havia entrado ar no circuito de alimentação.

Cajaíba e Nilo Peçanha

(30º dia do CCL, 05/08/2012, domingo)
Acordamos às 7 da manhã para os passeios do dia: Cajaíba, um vilarejo voltado à construção de escunas, restaurante quilombola e Cachoeira do Pancadão, em Nilo Peçanha .
Havia mais um veleiro ancorado nas proximidades, o Sobá, um Peterson 46 que estavam no inicio de uma viagem de dois anos pela costa brasileira, Caribe e Portugal (http://sereia-soba.blogspot.com.br/). O nome vem da Sereia Sobá.
Mas antes, Nicolas nadou com o bodyboard ao lado do Jazz 4. Como a correnteza podia aumentar preferi amarrar um cabo. A correnteza pode ser tão forte a ponto de não vencer com bote a remo.
Nicolas com bodyboard ao lado do Jazz 4.
 Jazz 4 no "Campinho".
Nos pegaram as 8h30 para embarcar na escuna que estava atracada junto ao pier do "Campinho" e aguardamos todos embarcarem.
Vista do Jazz 4 a partir do pier do Campinho.
Veleiro Jazz 4 ancorado no "Campinho"
Saída de escuna em direção à Cajaíba.
Rui (Naumi), Icaro (MM2000) e José Peralta (TriunfoII).
 Nicolas a bordo da escuna.
A primeira parada seria o vilarejo de Cajaíba, distrito de Camamu, voltado à construção de escunas. A maioria das escunas no Brasil é fabricada neste vilarejo.
Veleiros ancorados no Goió.
Pescadores na Baía de Camamu.
Pescadores na Baía de Camamu. 
Vilarejo de Cajaíba de Camamu.
 Escunas em construção em Cajaíba de Camamu.
Logo que chegamos ao vilarejo da Cajaíba, fomos apresentados ao Sr. Joselito Bento dos Santos, de 80 anos, construtor artesanal de escunas. Joselito, que já construiu mais de 150 embarcações,  nos informou que no passado as escunas eram feitas de madeira "Holandi" (ou nome parecido com este), nativa da região, ou de outras madeiras nobres. Hoje, devido à escassez das madeiras nobres, são feitas de Jaqueira. A calafetagem, que no passado era feita com breu, hoje também é feita de forma diferente. Primeiramente, a fibra da casca da biriba é martelada entre o vão das madeiras. Em seguida, é aplicado pó de serra com cola araudite. A construção de uma escuna leva por volta de 8 meses.
 Vilarejo de Cajaíba de Camamu.
 Nicolas em baixo de uma escuna em construção.
 Casca da biriba mostrada por Joselito.
 Volnys e Joselito.
 Nicolas ao lado de uma escuna em construção.
 Nada melhor que um bate papo.
 Vilarejo de Cajaíba de Camamu.
 Vilarejo de Cajaíba de Camamu.
Visitamos ao final do passeio a oficina do Kitó (Brenda Miniaturas), artesão de embarcações em miniatura. Seu trabalho é fantástico.
Miniatura de embarcação fabricada por Kitó
Depois fomos para a cidade da Camamu. A maré estava muito baixa o que dificultou nossa chegada, pois tivemos que tomar um caminho mais longo e, próximo a Camamu, ir mais lento. Em certo momento tivemos (todos que estavam na escuna) nos deslocar para a proa (para levantar a popa, que tem mais calado).
 Vista da Cidade de Camamu ao longe.
Vista da Cidade de Camamu ao longe.
Vista da Cidade de Camamu ao longe.
Fomos de van para a comunidade quilombola Jatimane na cidade de Nilo Peçanha, distante cerca de uma hora de carro. Fomos. Era dia de procissão. Almoçamos no restaurante Pedro Sorriso, da comunidade quilombola. A região produz artesanato com piaçava muito bonito.
Depois do almoço iríamos para a cachoeira da pancada. Porém, o motorista na nossa van não recebeu a informação correta e voltou para Camamu. Ou seja, perdemos o banho da cachoeira. Nicolas ficou decepcionado. Voltamos de escuna, entre os canais e bancos de areia da baia de Camamu no escuro. A reunião dos comandantes ocorreu na própria escuna. Ficou programada nossa saída no dia seguinte, as 17 horas, antes da chegada de uma frente fria, sujeito a confirmação no dia seguinte. Depois de mais de uma hora de escuna, chegamos ao Campinho, local das nossas ancoragens. A noite estava estrelada, sem uma nuvem no céu.
 Restaurante quilombola em Nilo Peçanha.
 Tripulação do Triunfo II no restaurante quilombola em Nilo Peçanha.
 Tripulação do Sobá no restaurante quilombola em Nilo Peçanha.

Itapu de fora

(31º dia do CCL, 06/08/2012, segunda)
Dia seguinte acordamos às 8h30 e, enquanto tomávamos café, fomos convidados a participar de um passeio a Itaipu de Fora, distante cerca de 40 minutos de carro. Voltaríamos as 14h00 com tempo suficiente para preparar nossa partida prevista para as 17h00. Itaipu de Fora é um vilarejo constituído principalmente de pousadas e casas de veraneio, para atendimento principalmente a turistas. A praia é deslumbrante, com formação de recifes a poucos metros da praia. Ficamos no restaurante Buda Beach, onde saboreamos um prato de lagostas.
 Na praia junto ao pier do "Campinho".
 Pier do "Campinho", aguardando a chegada do pessoal para o passeio.
 O veículo que nos levou a Itaipu de Fora.
Restaurante Buda Beach.
Volnys na praia de Itaipu de fora.
Nicolas na praia de Itaipu de fora.
Nicolas na praia de Itaipu de fora.
Nicolas na praia de Itaipu de fora.
Nicolas e Rui (Veleiro Naumi) na praia de Itaipu de fora.
Vista deslumbrante da praia de Itaipu de fora.
Vista deslumbrante da praia de Itaipu de fora.
Nicolas na praia de Itaipu de fora.
Recife de corais na praia de Itaipu de Fora.
Recife de corais na praia de Itaipu de Fora.
Nicolas na praia de Itaipu de Fora.
 Fernando e Fran (Veleiro Ati Ati) no restaurante na praia de Itaipu de Fora.
 Rui (Naumi), Jimy (Naumi), Nicolas e Volnys no Restaurante Buda Beach.
Nicolas encantado com a canoa de lagostas.
Depois do almoço retornamos ao Jazz 4, iniciando os preparativos para nossa partida para Salvador, quando fomos informados que a saída havia sido postergada para as cinco horas da manhã do dia seguinte, pois a frente fria estava com pouca intensidade, com ventos favoráveis de media para alta intensidade. O maior problema seria a ondulação, alta e com período de 8 segundos, ou seja, íngreme. Nesse momento, o Ricardo, do veleiro Sobá, passou de bote e nos convidou para acompanha-los em um passeio à ilha da pedra furada. A Ilha da Pedra Furada ficava próxima dali e iríamos com nossos botes. Infelizmente, a maré estava muito alta, cobrindo a porção de praia existente para desembarque. Optamos por desembarcar na Ilha Grande, próxima dali.
Vista da Ilha Grande.
Tripulação do Sobá e Jazz 4 na Ilha Grande.
 
Depois do passeio, fomos tomar banho em uma casa próxima disponibilizada pela comunidade aos participante do CCL e depois jantamos no barzinho próximo dalí, em companhia do pessoal do veleiro Sobá, do veleiro Pé na Tabua, do Rio de Janeiro e do veleiro Skua. O Nicolas aproveitou para jogar xadrez com os meninos do Sobá.
Retornamos para o Jazz 4 para a finalização da preparação para a partida: subida do motor de popa, guarda do tanque de gasolina do motor de popa, subida do bote, marcação dos waypoints, etc..

Quer mais?

Veja este vídeo muito legal editado pelo César e Gláucia (Veleiro Sweet) sobre Camamu e Salvador.
 


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